Sobre o surgimento do arraial de Flores, há evidências históricas interessantes. O historiador pernambucano Francisco Augusto Pereira da Costa, nos diz que a versão mais aceitável é a que se prende a existência de uma fazenda de gado, em tempos remotos, no próprio local em que está situada a cidade, conhecida por Fazenda dos Flores, do apelido da família dos seus primeiros proprietários e depois por Pajeu de Flores, por ficar à margem direita do rio daquele nome. Extinta aquela fazenda pastoril e, com o desenvolvimento da povoação, ficou, porém, uma propriedade conhecida por Sítio das Flores, pertencente à Casa da Torre Garcia d`Ávila.
Até o início do século XX, a rua que atualmente denomina-se Siqueira Campos, chamava-se Rua das Flores, justamente por ter sido lá onde se estabelecera o curral da família Flores que, lamentavelmente, após a Revolução de 1930, teve alterado este primitivo nome, atendendo às homenagens políticas ao revolucionário Siqueira Campos. Sem entrar no mérito da questão, foi lamentável esta decisão, pois ela rompeu uma das mais sóbrias referências sobre a origem de nossa cidade. São estas as evidências bibliográficas que explicam a gênese de nossa Flores. Ressalto que as narrativas lendárias que dão azo à sua origem são também reconhecidas pelos historiadores como fontes históricas porque expressam a tradição e o folclore, além do mais, elas se sustentam em licenças poéticas importantes que estruturam e enriquecem nossa cultura, mas não esqueçamos o que realmente são: lendas.
Fonte:
- Anais Pernambuco - Pereira da Costa
- Flores: histórias e tradições - Belarmino de S. Neto.
Colaboração: Roberto Santana e Marcio Alexandre
