Após virar notícia global por conta das queimadas e desmatamentos, que geraram forte desgaste na imagem do governo do presidente Jair Bolsonaro, a Amazônia está novamente sob holofotes. Desta vez, do papa Francisco, que ergueu como uma de suas bandeiras a defesa do meio ambiente. Previsto para começar hoje (06), o Sínodo para a Amazônia reunirá 250 bispos de todo o mundo no Vaticano para discutir “novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral”. A igreja deve tratar, além da evangelização na região, da ordenação de homens casados e da ampliação da participação feminina na Igreja Católica, de temas ligados à proteção de povos indígenas e do meio ambiente. O encerramento do encontro, para o qual e foram convidados, como conselheiros, cientistas e ambientalistas, está previsto para 27 de outubro.
No fim de agosto, Bolsonaro reconheceu que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) monitorava os preparativos do sínodo. Ele afirmou que a assembleia de bispos católicos “tem muita influência política” e explicou que a agência monitora todos os grandes grupos. O encontro preocupa o Palácio do Planalto, que apontou, mais de uma vez, que a cúpula convocada pelo líder religioso pode ser considerada uma forma de interferência estrangeira nas questões que afetam a soberania brasileira.
Os bispos da região amazônica divulgaram uma carta no mesmo mês: “Lamentamos imensamente que hoje, em vez de serem apoiadas e incentivadas, nossas lideranças são criminalizadas como inimigos da pátria”, escreveram. Além disso, o posicionamento do papa diverge das intenções de Bolsonaro de incentivar o turismo na região e abrir terras indígenas à exploração de minérios. O chefe do Executivo também afirmou que não fará novas demarcações de reservas para abrigar os chamados povos originários. Continue reading