Natural, mas por trás de cada mudança a governadora nunca dará o braço a torcer que errou nas escolhas. Silvério caiu deixando um rastro de supostas irregularidades na promoção de shows e eventos em processo de investigação pelo Ministério Público a partir de uma denúncia anônima com robusta documentação. Há suspeitas de privilégios na contratação de artistas para o ciclo junino e o Festival de Inverno de Garanhuns por gente da Casa Civil e da Cultura passando por cima das orientações de Silvério Pessoa.
O MP deu dez dias para o ex-secretário de Cultura esclarecer as denúncias, cuja documentação está em poder deste blog. As mudanças de ontem podem até ter surpreendido a população, com exceção de políticos da base. Embora seja um técnico por excelência, Aloísio Ferraz, indicado pela vice-governadora Priscila Krause, trabalhou sete meses como uma rainha da Inglaterra. Não teve autonomia sequer para montar a sua equipe de gabinete. Virou um zumbi. A governadora nunca o prestigiou em absolutamente nada.
Não conheci e nunca ouvi falar em Ana Célia, a terceira vítima de Raquel, que estava na Secretaria da Mulher, mas certamente não deve ter suportado o mau humor e o autoritarismo da tucana. Até as paredes do suntuoso Palácio das Princesas sabem das notícias da rádio corredor quanto ao estilo ditatorial e arrogante da senhora que despacha na ampla sala ocupada por tanta gente que preservava o diálogo, como Marco Maciel, Jarbas Vasconcelos, Joaquim Francisco e Eduardo Campos.
Quanto aos novos auxiliares, Pernambuco inteiro deve estar consultando o Google para saber quem é Mariana Melo, escolhida para a pasta da Mulher, e Ellen Viégas, nomeada para Agricultura. Aliás, a governadora fez um notável time de ilustres desconhecidos sem ouvir ninguém, a não ser sua própria voz no silêncio do seu divã.