O padre Airton Freire de Lima, de 67 anos, e três funcionários dele tornaram-se réus após a Justiça aceitar as duas denúncias do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) relacionadas a crimes sexuais. O próximo passo é a intimação dos advogados para que apresentem as defesas prévias nos processos.
A informação de que a Vara Única da Comarca de Buíque recebeu as denúncias foi confirmada pela assessoria do MPPE à coluna Segurança nesta segunda-feira (7). Os responsáveis pelas defesas dos réus foram procurados, mas informaram que ainda não foram notificados pela Justiça sobre as decisões.
A assessoria do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) declarou, em nota, que os processos de apuração dos crimes contra a dignidade sexual devem correr integralmente em segredo de justiça, preservando-se a intimidade da própria vítima. “Não podemos divulgar informações sobre seus respectivos trâmites, decisões, julgamentos ou recursos, ficando o acesso aos dados limitado apenas às partes envolvidas e aos seus advogados/representantes legais.”
Padre Airton Freire, criador da Fundação Terra, foi preso preventivamente no dia 14 de julho em Arcoverde, no Sertão, durante operação que também cumpriu mandados de busca e apreensão. Ele estava numa cela isolada do Presídio Advogado Brito Alves.
No dia 22 do mesmo mês, após passar mal, o religioso foi encaminhado para o Hospital Memorial Arcoverde e, no dia seguinte, para o Hospital Português, no Recife. O estado de saúde não é informado, mas a defesa alega que ele teve um princípio de acidente vascular cerebral (AVC) e que está em tratamento na UTI.
A polícia não divulgou à imprensa qual tipo de crime sexual, previsto no Código Penal Brasileiro, foi atribuído aos indiciados na conclusão das duas primeiras investigações – sob o argumento do segredo de justiça.
OUTROS RÉUS NOS PROCESSOS
Além de padre Airton, também viraram réus o motorista Jailson Leonardo da Silva, de 46 anos; Landelino Rodrigues da Costa filho, 34, responsável por realizar filmagens de missas e eventos na Fundação Terra; e outro funcionário que não teve o nome divulgado pela polícia. Este último responde pelo crime de falso testemunho e não teve a prisão preventiva decretada.
Jailson, que continua foragido, foi denunciado por estupro pela personal stylist Sílvia Tavares de Souza, 53 anos. O crime, segundo a mulher, teria sido praticado durante um retiro espiritual em agosto de 2022.