O assunto foi pausado porque não seria fácil fazer a mudança com uma eleição municipal gigante às portas, com pouco prazo para articulações, e também porque ainda existe um fiozinho de esperança no grupo dos tucanos em Pernambuco de que, nacionalmente, o partido seja mais neutro e menos oposição à Lula (PT), embora seja algo quase impossível.
Uma das esperanças é que o peso dos tucanos pernambucanos deverá ser maior em 2025. O PSDB, tendo Raquel à frente, já pode dizer que cresceu 600% nos municípios até agora. Eram 5 prefeitos e já são 30 que migraram para o partido.
Para as eleições municipais, o PSDB anunciou que terá no mínimo 100 chapas formadas, entre candidatos a prefeito, vice-prefeito e vereador. A sigla em Pernambuco caminha para ser a mais representativa do Brasil, a depender dos resultados finais.
Isso é importante porque pode amplificar a voz de Raquel nacionalmente. O que o PSDB nacional pode aceitar para que ela não saia e leve todos os prefeitos, vices e vereadores junto com ela para o PSD? A vontade dela no partido tem um valor quando é apoiada por 5 prefeitos e outro valor se forem 50.
Ainda assim, a troca de partidos é dada como certa no contexto do apoio de Lula. Raquel quer o presidente petista ao seu lado ou, no máximo, dividido entre ela e o palanque do PSB. É mais fácil evitar um revés estando longe do PSDB.
O PSD do Recife, inclusive, já está sob nova direção. O ex-vereador do Recife, José Neves (PSD), passou o comando da sigla para o pré-candidato do partido na capital, Daniel Coelho (PSD). Neves deixou a assessoria especial que ocupava na gestão de João Campos (PSB).
Era algo esperado, depois que André de Paula (PSD), presidente estadual do partido, afastou-se do PSB. José Neves segue no PSD e deve participar ativamente do planejamento do partido no Recife para este e para os próximos anos, mas não será candidato a vereador, como alguns especularam. Ele deve ser candidato só em 2026.