Licitações: Polícia encontra R$ 851 mil em operação que desmascara esquema milionário de corrupção no Pajeú e Moxotó

Na manhã desta quinta-feira (12), a Polícia Civil de Pernambuco, por meio da 4ª Delegacia de Combate à Corrupção (DECCOR), realizou a Operação Abantesma, que investiga fraudes em licitações envolvendo empresas fantasmas em diversos municípios das regiões do Pajeú e Moxotó. A ação foi detalhada pelo delegado Dr. Gregório Ribeiro, titular da 4ª DECCOR, em entrevista à Rádio Pajeú, durante o programa Manhã Total, comandado pela jornalista Juliana Lima.

Empresas fantasmas e subcontratações ilegais

De acordo com o delegado, a operação recebeu esse nome devido ao uso de empresas que existem apenas no papel para fraudar processos licitatórios em prefeituras da região. Essas empresas venciam licitações, mas subcontratavam irregularmente terceiros e repassavam parte dos valores recebidos a funcionários públicos ou parentes de políticos.

“Além de subcontratar irregularmente, essas empresas repassavam valores a terceiros, que, em muitos casos, eram servidores públicos ou pessoas ligadas a políticos da região”, afirmou o delegado.

Mandados e apreensões

Foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão nos municípios de Iguaraci, São José do Egito, Custódia, Betânia e Itapetim. Durante as diligências, a Polícia Civil apreendeu documentos, equipamentos eletrônicos e uma quantia em dinheiro que ultrapassa meio milhão de reais. “Apreendemos R$ 851 mil em um cofre na cidade de Itapetim, além de diversos documentos que serão analisados no curso das investigações”, detalhou Dr. Gregório.

Prejuízo aos cofres públicos

O delegado informou que o prejuízo estimado aos cofres públicos ultrapassa R$ 4 milhões, referentes a contratos firmados entre 2019 e 2023. As investigações apontam que as irregularidades começaram antes das eleições de 2020 e continuaram nas gestões atuais, que, em sua maioria, são de continuidade.

Alvos e desdobramentos

Apesar das suspeitas recaírem sobre servidores públicos e empresários, Dr. Gregório afirmou que, até o momento, não há elementos concretos que impliquem os prefeitos das cidades envolvidas. Caso fossem identificadas evidências contra os gestores, as investigações seriam encaminhadas à Justiça de instância superior.

A Polícia Civil ainda avalia a necessidade de expedir mandados de prisão e novas diligências. “Com os documentos apreendidos, vamos analisar se há requisitos para avançar com medidas mais severas, como prisões preventivas”, destacou o delegado.Viajuniorcampos